segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Início da busca a apartamentos em Salvador - novembro 2011

O mercado imobiliário aqui em Salvador , Bahia, está bastante agressivo e os preços surreais. As pessoas acabam acreditando que os preços cobrados correspondem ao real valor dos imóveis. As construtoras e corretores estão ávidos por vendas a qualquer custo, cada um defendendo o seu lado e o pobre comprador está no meio dessa guerra, tentando fazer uma boa compra com os recursos de que dispõe.Comecei a procurar apartamentos efetivamente em novembro de 2011, primeiramente a partir de sites de imobiliárias, depois em anúncios de jornais e pessoalmente. O primeiro apartamento pelo qual me interessei e, cujo preço eu poderia pagar, me pareceu um grande esparro. Relato a seguir como foi o processo.

Em novembro de 2011, marquei com o corretor, visitei o apartamento e gostei. Na segunda visita, lá estava também o proprietário. Ele era um espanhol que morava no Brasil e estava vendendo o apartamento porque ia ser treinador de futebol na Tanzânia, África. Isso mesmo. Fiz uma contraproposta porque ele parecia bem apressado para vender o apartamento e ele aceitou. A partir daí, eu e o corretor começamos a discutir as questões práticas para a compra: valor do sinal, elaboração do contrato de compra e venda, liberação do imóvel, documentação. Aí começaram as discordâncias e desconfiança.

O contrato de compra e venda foi elaborado pelo corretor e ele, discaradamente, só viu o lado do cliente dele. Colocou um prazo exíguo para obtenção do financiamento, multas e juros em caso de atraso do financiamento, um sinal com valor alto, enfim... ele queria me ferrar.

Cautelosa que sou, e insegura por esta ser a primeira compra de imóvel da minha vida, conversei com vários amigos e contratei um despachante (este foi o meu maior erro!!!) para esclarecer minhas dúvidas. A primeira questão foi o valor do sinal: ele queria um terço do valor do imóvel. Concluí que o sinal é algo simbólico, um comprometimento com a compra, e a finalidade não era pagar a entrada toda, então, imediatamente recusei tal valor. Eu disse que só pagaria R$ 10.000,00 que costuma ser a prática de mercado, ou seja, um valor que você não quer perder, mas ao mesmo tempo, não põe em risco o seu patrimônio caso algo dê errado. Após muita discussão com o corretor, ele acabou cedendo. Entendam que o corretor quer aumentar o valor do sinal para que ele possa logo pegar a comissão dele, então é uma verdadeira queda de braço.

A outra pressão que sofri foi quanto ao prazo. O corretor queria que eu colocasse no contrato de compra e venda o prazo de 15 dias para a assinatura do contrato de financiamento, caso contrário eu seria punida com multas, juros e tudo mais. Este prazo era completamente inviável. Imaginem se o banco iria fazer toda a análise para a assinatura do contrato de financiamento em apenas 15 dias! Claro que não... Então, refutei novamente e fiz uma proposta a ele. Eu daria entrada, por minha conta e risco, nos trâmites para assinatura do contrato, pagando as taxas cobradas (avaliação do imóvel, análise cadastral, etc.) mesmo sem assinar e caso eu conseguisse marcar a assinatura do contrato em tempo razoável para o proprietário, ele me venderia. Enquanto ainda estávamos conversando, contratei um despachante e também correspondente do Banco Que Mais Financia Imóveis no Brasil (vou referenciar assim porque nos próximos posts tenho muito a falar desse banco horrível). Ele conseguiu aprovar o meu financiamento em apenas dois dias, mas teoricamente ele não deveria cobrar por isso. O valor total até o final (assinatura do contrato) seria R$ 600,00, sendo que paguei R$ 300,00 no início. Neste contexto, o risco que eu assumiria seria o gasto com as taxas. Eu tentei falar diretamente com o proprietário, mas o corretor não permitia e foi bastante mal educado comigo dizendo que eu não queria assumir nenhum risco, tivemos várias discussões por telefone. Cheguei a marcar achando que ia encontrar com o proprietário, mas lá estava um outro corretor, suposto procurador do proprietário. Também não conseguimos chegar a um acordo e desisti de seguir com a negociação. Todo esse processo rolou até o final de dezembro.

Uma das minhas inseguranças neste caso foi o fato do proprietário ser estrangeiro e estar de partida para outro continente. Assim, caso ocorresse algum problema, eu sequer poderia acioná-lo judicialmente. Pareceu-me muito estranha também toda a pressa dele, eu diria até suspeita.

Para minha surpresa, cerca de uma semana depois o proprietário me ligou perguntando porque eu não tinha assinado o contrato ainda. Ou seja, os corretores não estavam passando as informações para ele, sei lá porquê.

Até hoje, tenho convicção de que o melhor que fiz foi desistir dessa confusão toda. Estava cheirando a problemas.

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